Direção: Wim Wenders
Jonathan Zimmermann (Bruno Ganz) é um pacato moldurista alemão, que tem um áspero contato com um americano, Tom Ripley (Dennis Hopper), em um leilão. Jonathan desconfia que está sofrendo de uma doença incurável e recebe uma inacreditável proposta de um gângster: matar um bandido rival, recebendo em troca uma quantia que permitisse que sua família vivesse tranquila após sua morte. Dividido entre a angústia de estar com os dias contados e a hesitação em se tornar um assassino, Jonathan cada vez mais se envolve na trama.
Até mesmo nos filmes em que o existencialismo não é tãaaao latente, Wim Wenders sempre causa estranhamento. Com raras exceções, seus filmes nunca permitem que o espectador vá dormir sem levar alguns minutos ou horas refletindo sobre o que acabou de ver. Às vezes tal reflexão alcança (ou cria ou supõe) alguns significados. Mas de vez em quando a confusão persiste e não se resolve nem pedindo ajuda aos universitários.
Assim foi minha sensação horas depois de ter visto O Amigo Americano: o bom e velho estranhamento que não passou, de algo mais profundo que eu não consegui alcançar.
Mas Wim Wenders é isso aí e, inclusive por isso, será sempre uma boa pedida.
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